Mamão
Mamão brasileiro: padrão mundial de qualidade
Tenho acompanhado a cultura do mamoeiro desde 1968 quando ingressei na Unesp-Jaboticabal, e pude verificar, ao longo desses 35 anos, fantásticas mudanças, desde a mudança de regiões produtoras, que tinha Monte-Alto SP como a capital brasileira do mamão, para a hegemonia de produção dos Estados do Espírito Santo e Bahia, como também alterações significativas do destino da produção, deixando o Brasil de ser um produtor para abastecer unicamente o mercado interno, para além disso, ser hoje um grande exportador de mamão.
Quando
o mosaico ocorreu na região de Monte Alto nos idos de 1967, a cultura passou
por um grande surto migratório, indo para o norte-noroeste do Estado de São
Paulo, passando pela região de Goiás onde acompanhei excelentes lavouras na
região de Inhumas-GO, chegando ao Pará, e posteriormente à Bahia e ao Espírito
Santo. Muitas vezes, esse surto migratório desenfreado levou à rápida
disseminação da doença, pois as lavouras velhas não eram sistematicamente
erradicadas, uma vez que apenas, deixavam o capim crescer para introduzir o gado
nestas terras.
Observei mudanças profundas no sistema de propagação, passando do sistema de
semeadura em covas, quando se colocava um grande número de sementes, para o
plantio hoje em tubetes, em ambientes protegidos.
Mudanças significativas ocorreram na tecnologia de colheita e pós-colheita, hoje temos excelentes barracões de classificação, que aliados á boa tecnologia nos permite esse laurel de um grande exportador e referência de padrão mundial de qualidade. A nossa pesquisa soube se fazer presente, possibilitando o lançamento de bons materiais genéticos.
O
avanço da bioengenharia nos possibilita vislumbrar o cultivo transgênico, onde
a comunidade científica deve se pronunciar fortemente para evitar as conotações
políticas que esse tema poderá vir a ter. Os avanços nas técnicas de
colheita e pós-colheita ganharam uma nova dimensão com o lançamento da norma
de qualidade e classificação, um marco importante na jornada vitoriosa do mamão
brasileiro, construída com a participação e o consenso de todos os elos da
cadeia de produção de mamão. A reunião nacional, dentro do âmbito do
PROGRAMA BRASILEIRO PARA A MODERNIZAÇÃO DA HORTICULTURA, realizada no EMBRAPA
Mandioca e Fruticultura em Cruz das Almas na Bahia no dia 01 de julho de 2002,
que aprovou a norma de classificação de mamão, congregou representantes de
toda a cadeia de produção de mamão no Brasil: produtores de todas as regiões,
técnicos especializados, fornecedores de insumos, varejistas e atacadistas.
Agora é possível, com a adoção da norma de classificação, a implantação
da transparência e de métodos modernos na comercialização do mamão.
Professor Carlos Ruggiero
Professor Titular de
Fruticultura da UNESP-Jaboticabal
Editor chefe da Revista Brasileira de Fruticultura
Grupo:
Grupos Varietais
|
||||||
|
|
|
||||
Solo
|
Formosa
|
Comum
|
||||
Grupos de Formato
|
||||||
|
Subgrupo:
|
|
Coloração da
casca: Fruto amadurecendo, mudando de cor, primeiros sinais
amarelos que não deverão cobrir mais que 15% da casca.
|
Coloração da
casca: Fruto ¼ maduro, 15 a 25% da superfície da casca
amarelada.
|
|
|
Coloração da
casca: Fruto ½ maduro, 25 a 50% da superfície da casca
amarelada.
|
Coloração da
casca: Fruto ¾ maduro, 50% a 75% da superfície da casca
amarelada.
|
|
|
Coloração da
casca: Fruto ¾ maduro, 50% a 75% da superfície da casca
amarelada.
|
|
|
Classe:
CLASSE
|
PESO (g)
|
A ou 0
|
Menor ou igual a 280
|
B ou 280
|
Maior que 280 até 310
|
C ou 310
|
Maior que 310 até 340
|
D ou 340
|
Maior que 340 até 380
|
E ou 380
|
Maior que 380 até 430
|
F ou 430
|
Maior que 430 até 500
|
G ou 500
|
Maior que 500 até 570
|
H ou 570
|
Maior que 570 até 670
|
I ou 670
|
Maior que 670 até 800
|
J ou 800
|
Maior que 800 até 1000
|
K ou 1000
|
Maior que 1000 até 1300
|
L ou 1300
|
Maior que 1300 até 1500
|
M ou 1500
|
Maior que 1500 até 1800
|
N ou 1800
|
Maior que 1800 até 2300
|
O ou 2300
|
Maior que 2300
|
A MANCHA estabelece uma tolerância de 10% de mistura de outras classes no lote, mas só permite nessa mistura frutos da classe imediatamente superior ou inferior da classe declarada no rótulo. |
Tipo ou Categoria:
Tabela
para a determinação da categoria de qualidade de acordo com a % de de
tolerância aos defeitos
CATEGORIA
|
EXTRA
|
I
|
II
|
III
|
Podridão
|
0
|
1
|
2
|
5
|
Dano profundo
|
0
|
1
|
2
|
5
|
Deformação grave
|
0
|
1
|
2
|
5
|
Imaturo
|
0
|
1
|
2
|
5
|
Dano mecânico
|
0
|
1
|
5
|
10
|
Ovários múltiplos
|
0
|
1
|
5
|
10
|
Total de defeitos
graves
|
0
|
3
|
10
|
20
|
Total de defeitos leves
|
5
|
15
|
30
|
100
|
Total de defeitos
graves e leves
|
0
|
15
|
30
|
100
|
Mancha grave
|
0
|
1
|
5
|
100
|
Mancha leve
|
2
|
5
|
100
|
100
|
Total de manchas
|
2
|
5
|
100
|
100
|
Formato variado
|
0
|
0
|
100
|
100
|
Defeitos Graves:
São aqueles que
inviabilizam o consumo e/ou depreciam muito a aparência do produto.
Podridão: dano patológico caracterizado pela decomposição, desintegração ou fermentação dos tecidos |
Dano profundo: qualquer dano de origem diversa que atinja a polpa do fruto. |
Dano mecânico: dano na polpa causado por pressão ou impacto externo que não cause o rompimento da epiderme. |
Imaturo: fruto totalmente verde, sem nenhum sinal de amarelecimento. |
Ovário múltiplo: quando há mais de uma cavidade ovariana. |
Deformação grave: fruto pentândrico e carpelóide (cara de gato). |
Defeitos Leves:
São aqueles que
depreciam o valor do produto mas não impedem a sua utilização.
Deformação leve: dano patológico caracterizado pela decomposição, desintegração ou fermentação dos tecidos. |
Coloração irregular: abrange a coloração não característica do amadurecimento MANCHAl do fruto e outras alterações que permitem a vizualização da cor da casca do fruto. |
Manchas
Mancha: qualquer alteração na casca da fruta que não atinja a polpa, e que não permita a visualização da casca do fruto. A área total afetada define a sua gravidade.
Mancha leve: porcentagem da casca de 0,2 a 5%
Mancha grave: porcentagem da casca afetada maior que 5%
Morfologia:
Rótulo:
O rótulo identifica o
responsável pelo produto e a sua origem. O rótulo descreve o produto,
utilizando as características estabelecidas pela MANCHA de classificação. A
rotulagem é regulamentada pelo Governo Federal