Balança Comercial

Exportações do agronegócio continuam
a crescer, mas em ritmo menor

A balança comercial do agronegócio registrou saldo de US$ 39,32 bilhões, de janeiro a novembro de 2006, com resultado 11,3% superior em relação ao saldo verificado no mesmo período de 2005, de US$ 35,34 bilhões. O saldo do agronegócio representa 96% do saldo total da balança comercial brasileira no período. As receitas de exportação do agronegócio cresceram 13,4%, nos 11 meses do ano, alcançando a cifra de US$ 45,28 bilhões. O ritmo de crescimento das exportações do agronegócio, no entanto, é inferior ao crescimento das exportações da economia brasileira com um todo, de 16,6% no período. O descompasso entre as diferentes taxas fez com que diminuísse o peso do agronegócio nas exportações, que caiu de 37,2%, de janeiro a novembro de 2005, para 36,12% no mesmo período de 2006.

Projeta-se para o agronegócio, em 2006, exportações totais de US$ 49,5 bilhões e importações de US$ 6,5 bilhões, ficando em US$ 43 bilhões o saldo das transações externas do setor, superior em 12,0% ao saldo de 2005, de US$38,4 bilhões. Como a safra de grãos e a produção das carnes devem se manter, em 2007, em níveis próximos aos verificados em 2006, o comportamento das exportações no próximo ano estará bastante atrelado à evolução dos preços internacionais.

Pelo lado das importações, o aumento foi de 30,1% em relação ao período de janeiro a novembro do ano passado, alcançando US$ 5,97 bilhões. A razão principal para esse incremento foi o barateamento do custo dos produtos importados, devido ao câmbio favorável e à elevação de 49,5% nas importações de trigo. Essa elevação decorre, principalmente, da redução de quase 20% da safra nacional e a conseqüente elevação das importações para complementar o abastecimento interno.

As exportações do complexo soja, que continuam liderando as exportações do agronegócio, apresentaram pequeno decréscimo de 0,8%, com as exportações caindo de US$ 8,92 bilhões, no mesmo período de 2005, para US$ 8,84 bilhões em 2006. Apesar do pequeno acréscimo de 1,9% na quantidade exportada, os preços de venda foram 2,7% menores, comparados ao mesmo período do ano passado. É importante destacar que continua a tendência, já registrada nos últimos anos, de aumento das exportações de grãos, concomitante à redução das exportações de farelo e óleo.

Estima-se, para 2006, a exportação total de US$ 9,4 bilhões em todo o complexo soja, similar ao valor exportado no ano passado, de US$ 9,47 bilhões. A crescente participação da soja em grão nas exportações deve ser o principal fator responsável por essa redução. A tendência de recuperação dos preços internacionais pode resultar num incremento no valor das exportações para 2007.

As exportações do complexo carnes, no período, englobando carne bovina, aves e suína, apresentam crescimento de 5,5% em relação ao ano anterior, embora o comportamento seja diferenciado por segmento. O valor das exportações das carnes deve alcançar cerca de US$ 8,5 bilhões em 2006. Para 2007, o cenário é um pouco mais promissor para as carnes, uma vez que devem arrefecer os efeitos negativos que afetaram as exportações em 2006, como da gripe aviária e febre aftosa. No caso da carne bovina, as exportações aumentaram 27,3%, devido a um crescimento do volume exportado de 10,1% e elevação de 15,6% nos preços externos. As exportações de carne de frango continuam com tendência de queda, diminuindo 7,7% no período, em decorrência da redução de 4,8% do volume exportado. A retração do consumo na Europa, maior mercado consumidor do produto brasileiro, vem afetando o desempenho das exportações do setor.

A carne suína foi o destaque negativo no complexo carnes, no período, cujas exportações caíram 12,2%, devido principalmente ao embargo imposto pela Rússia, nosso principal mercado, e a conseqüente redução dos embarques para aquele país.

Outros produtos com crescimento expressivo das exportações neste período foram produtos florestais (+10,7%), com destaque para papel e celulose (19,9%). Fumo e seus derivados tiveram aumento de 10,4% e suco de frutas – sobretudo suco de laranja – registrou elevação de 27,7%, devido principalmente ao aumento das cotações internacionais do suco de laranja, ocasionado por problemas climáticos ocorridos na Flórida, Estados Unidos. As exportações de café, que tiveram expressivo crescimento de 42,16% no último ano, estão crescendo num ritmo inferior. As exportações aumentaram 13,0% em relação aos níveis do ano anterior .

Boletim Informativo nº 940 , semana de 18 a 24 de dezembro de 2006
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná
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